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Chiquinha Gonzaga, Ô abre alas que eu quero passar!

Written by on 30 de janeiro de 2020

Chiquinha Gonzaga – divulgação

Aqui na Rádio AcheiUSA procuramos mesclar o novo a grandes clássicos e claro, pegando sempre que podemos, as raízes do movimento da música popular no Brasil. Falar em MPB e não citar o nome de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, popularmente conhecida por Chiquinha Gonzaga, seria um sacrilégio sem tamanho para com a obra musical do Brasil. Nascida em 17 de oububro de 1847, viria a se tornar uma das maiores artistas do seu tempo.

Com certeza você já cantarolou a marchinha de carnaval “Ô Abre alas, que eu quero passar” não é? A composição carnavalesca Ô Abre Alas, a primeira com letra, foi composta em 1899, por Chiquinha Gonzaga, já demonstrando todo o pioneirismo da compositora e pianista brasielria, ela que foi ainda, a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.

O sucesso de Chiquinha porém, começou um pouco antes, em 1877 com a polca “Atraente“, seguida pelas composições “Sultana” e “Camila“. A partir disso, Chiquinha teve um grande reconhecimento nacional e começou a enveredar também para o teatro de variedades e revista.

A inquieta Chiquinha fazia reuniões de violinistas, passeando por bairros cariocas, procurando uma maior valorização do instrumento, considerado à época como um símbolo da malandragem. Em meio a estes encontros, compõe o choro Sabiana Mata.

Comprovando o espírito de mulher à frente de seu tempo, Chiquinha apaixonou-se por um estudante de 16 anos na época. Estaria tudo bem, caso ela não estivesse, então, com 52 anos de idade. Para esconder o romance e respeitar ainda os próprios filhos, Chiquinha adotou João Batista Fernandes Lage, podendo viver o romance em paz, de forma oculta em Lisboa, para onde se mudou, passando quase dez anos na Europa.

A artista ficou grande amiga de Nair de Teffé, que viria a se tornar a primeira dama do Brasil, ao casar-se com o Presidente Hermes da Fonseca. Ao ser convidada para os eventos e saraus no Palácio do Catete, então morada presidencial, Chiquinha ajudou de certa forma na emancipação de alguns movimentos feministas, ainda que sem saber diretamente, pois mesmo contra a vontade da família da então primeira dama, atuava fortemente em vários destes eventos, que eram considerados como “escândalos” à época.

No Brasil, Chiquinha Gonzaga recebeu justa homenagem, tanto no cinema quanto na televisão, com seriado tendo a direção de Jayme Monjardim em “Chiquinha Gonzaga“, série exibida pela Rede Globo de Televisão, onde foi interpretada por Gabriela Duarte e por Regina Duarte, então atriz e atualmente, responsável pelo Ministério da Cultura no Brasil. Já no cinema, foi intepretada por Bete Mendes no filme “Brasília 18%”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos. A cantora também foi lembrada durante o carnaval carioca, em 1985, com o enredo “Abram alas que eu quero passar“, pela Estação Primeira de Mangueira e em 1997 com o enredo “Eu sou da Lira, não posso negar“. Chiquinha nos deixou fisicamente em 28 de fevereiro de 1935 porém seu legado musical permanece para sempre, nas mentes e nos corações de quem ama a boa música.


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