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A história da canção ´Cálice´, de Chico Buarque

Written by on 20 de março de 2023

Um dos maiores compositores de todos os tempos, Chico Buarque tem uma vastíssima obra, compostar por diversos clássicos. Destacamos entre eles, a canção ´Cálice´.

A música faz parte do álbum “Chico Buarque“, lançado em 1978, tratando-se de uma canção de protesto que ilustra através de metáforas e duplos sentidos, a repressão e a violência do governo autoritário.

A música foi vetada pela censura, transformando-se em uma das canções políticas mais marcantes da obra de Chico, falando sobre a vida dura durante o período da ditadura militar, o que acabou por lhe render repressão e julgamento.

A música foi composta por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973, para uma apresentação o Show Phono 73, da gravadora Phonogram. Porém, ela só seria gravada cinco anos depois, devido à censura sofrida.

A música acabaria sendo vetada pela censura, sendo proibida de ser cantada no próprio festival. Ainda assim, Gil e Chico, num ato de rebeldia, subiram ao palco e apresentaram para o público, trocando a letra por sons vocais estranhos.

Em meio à apresentação, eles tiveram seus microfones cortados pela casa, o que gerou uma grande revolta na plateia e no próprio Chico, muito irritado com todo aquele ato explícito de repressão.

Hoje um grande clássico, “Cálice” já teve várias regravações, como por exemplo nas vozes de “Maria Bethânia“, “Gilberto Gil“, “Pitty” e “Criolo“. Quando você ouvir novamente a canção, preste atenção em toda a letra e reflita. É um ótimo exercício.

Cálice

Pai, afasta de mim esse cálice

Pai, afasta de mim esse cálice

Pai, afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice, pai

Afasta de mim esse cálice, pai

Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga

Tragar a dor, engolir a labuta

Mesmo calada a boca, resta o peito

Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa

Melhor seria ser filho da outra

Outra realidade menos morta

Tanta mentira, tanta força bruta

Talvez o mundo não seja pequeno (cálice)

Nem seja a vida um fato consumado (cálice, cálice)

Quero inventar o meu próprio pecado

(Cálice, cálice, cálice)

Quero morrer do meu próprio veneno

(Pai, cálice, cálice, cálice)

Quero perder de vez tua cabeça (cálice)

Minha cabeça perder teu juízo (cálice)

Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice)

Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice).


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